Jão, cantor de 27 anos, revelou durante entrevista ao jornalista Rodrigo Ortega, do g1, que ficou desconfortável ao lançar uma de suas músicas. Segundo ele, o single Louquinho, foi feito com um objetivo mais comercial para tocar nas rádios, no entanto, ao contrário de suas outras músicas, não é uma canção que o representa.
“Eu me senti bem desconfortável até bem antes de lançar. Eu achei que eu tivesse que fazer uma música mais fácil possível para ser a coisa mais aceita possível. E foi ótimo ela ter acontecido, foi espetacular. Foi quando eu ouvi e falei: que me*da é essa? Por que que eu estou cantando essa b*sta? Por quê? Isso não sou eu. Esse clipe não sou eu.”, declarou o artista.
O famoso conta que sempre busca escrever músicas que passam uma verdade sobre seus sentimentos e emoções. Entretanto, na única vez em que deixou de fazer isso, não gostou do resultado.
“Acho que eu sempre soube que seria um desafio. O que eu quis fazer é ser fiel ao que eu queria escrever, e colocar no papel, na produção, na minha música, que eu estivesse sentindo. E calhou que as minhas músicas até então surgiram dessa maneira e eu nunca me impedi de fazer isso. E quando eu me impedi de fazer isso, quando eu quis me encaixar, quando eu quis me conformar com alguma coisa que eu acho que esperavam de mim, com alguma regra de uma música mais fácil, para mim foi muito frustrante, porque eu me senti completamente… Não gosto da música que eu criei, não acho que me representa. Ficou muito claro para mim.”, declarou ele.
O lado bom
Embora não goste da música Louquinho, Jão enxerga algo bom nessa experiência.“Mas foi ótimo acontecer porque eu entendi que o meu lugar é ser verdadeiro comigo. Isso não significa não pensar no mainstream, não pensar no sucesso e não pensar em rádio. Inclusive para fazer sucesso, para entrar na rádio, funciona quando eu sou direto e verdadeiro.”, disse o artista.
“Tenho pouco tempo de carreira, ainda não tive uma grande exposição em rádio. Para o tamanho de show que faço, o tipo de fã que tenho, essa galera tão fiel que me acompanha, acho que seria muito diferente se eu tentasse fazer uma música que não fosse verdadeira, ou que fosse menos corajosa.”, declarou ele.
Segundo Jão, é importante para o artista reconhecer quando um trabalho não ficou bom e assim, buscar fazer sempre o melhor e também o que não fazer. “E isso é muito importante para um artista. Ter esses momentos de lucidez em meio a um trabalho ruim. Aí foi isso, foi uma experiência ótima nesse sentido.”, afirmou o cantor.