Jão se prepara para uma turnê megalomaníaca: acompanhando o movimento de artistas internacionais de se apresentar em estádios com shows apoteóticos, vai rodar o Brasil com a Superturnê prevista para dar start em janeiro de 2024. no Allianz Parque, na capital paulista.
“É uma responsabilidade muito diferente da que já tinha lidado. Todos os dias contam”
Jão
No mesmo templo onde viu Taylor Swift (sua artista mais ouvida no último ano), sentiu um mix de emoções. Medo e alívio, mas também confiança ao ver as pessoas cantando em uníssono.
Estou mais ansioso para chegar logo do que nervoso sobre a situação
Jão
Com o palco monumental, a intenção é circular bastante. aproximando-o do público. Além dos dois shows em São Paulo, outros 13 estão marcados até o meio do ano em cidades brasileiras, a maioria em capitais. Depois, embarca para o lado de lá do oceano, onde se apresenta no Rock in Rio Lisboa, em junho do próximo ano. Ainda se surpreende ao ouvir que esgotou duas datas nesta turnê de estádio, mas vê esse momento do ao vivo como uma experiência “de quase culto e transcendental” para se reconectar.
Quero ser reconhecido como um cara que era muito foda nos shows, fazer uma turnê mundial talvez seja o meu maior sonho. Existem milhares de possibilidades de a gente exportar nossa musica em praças que vão alem dos Estados Unidos e da Europa.
Jão
Aos 29 anos, e pouco mais de 5 na estrada. João Vitor Romania Balbino tem uma conexão verdadeira com os fãs – ou lobos (nome de seu Fandom) Seu circulo mais intimo nao está exposto nas redes sociais, uma dicotomia para quem tem mais de 2 milhões de seguidores só no Instagram. Reservado, no palco é onde escancara sentimentos. Nas músicas, fala da vida, das decepções amorosas e também reflete sobre as relações cotidianas de quem tem seus vinte e poucos anos ou menos. Enquanto alguns quebram a cabeça para se conectar à Geração Z, essa simbiose com o público parece não ser barreira para o escorpiano de Américo Brasiliense, no interior de São Paulo.
Em algum momento, Jão deve se dedicar a um projeto em homenagem a Cazuza. Já está em conversas com a família do cantor: inclusive com sua mãe, Lucinha Araújo.
Não quero que seja um devaneio da minha cabeça, um capricho. Mas, realmente, homenagear, quero que ela esteja envolvida e que seja muito respeitoso.
Jão
Deve ser no ano que vem, mas. se o tempo estiver curto, pode ficar mais para frente. Existe besides do album Super: lançado em agosto, mas não há um deluxe no horizonte.
Completei os quatro álbuns que queria, tudo saiu como planejei.
Jão
Ele doutrinou os fãs a esperarem cada era, álbum e turnê. Quer se arriscar. com um single aqui, um feat. ali. “Ser um pouco mais espontâneo.”
Escrita é sempre constante. E faz as vezes de terapia para escoar sentimentos. O encontro com os fãs ajuda a buscar o equilíbrio. Quando estou com a cabeça inebriada, (me sentindo) meio esquisito nos altos e baixos , faço alguma coisa com eles, e isso me dá vigor.
Jão
Jão acredita ser a “raspa da geração” que não cresceu espetacularizando cada passo que dá.
Quando comecei a cantar: preferia guardar. Não porque não queria mostrar: Gosto mais de me apresentar do que ficar filmando o que faço.
Jão
Mas essa privacidade tem seu preço. Gera especulação. E. para não dar trela a boatos, revelou-se bissexual.
Acho importante deixar isso claro, para meus fãs saberem e abrir o diálogo com a minha geração.
Jão
Essa carta aberta o aproximou daqueles que relatam ter em seu show um ambiente seguro para tratar de sexualidade.
É muito valioso para mim. Deixar outras pessoas confortáveis com meu trabalho, com a minha arte, para que se descubram, se gostem e se sintam bem consigo mesmas.
Jão
Entre suas bandeiras estão as vivências como membro da comunidade LGBTQIAPN.
Criei esse senso de responsabilidade
Jão
Aprendeu que pode servir de espelho e conforto para quem se mira nele – letra e música são sua rota.
Fonte: Happer’s Bazaar
Entrevistador: André Aloi
