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Confira entrevista completa de Jão para a Revista UBC.

“Ai, meu Deus, eu vou morrer sozinho”; “Eu juro, eu não te amo, eu só bebi demais”; “Não me ponha no altar que eu sou meio desonesto”; e “Eu vou te amar como um idiota ama” são trechos de composições de Jão e exemplos perfeitos do que o torna tão único. É nessa combinação de sofrência com ironia fina que o cantor paulista de 29 anos vem conquistando o Brasil, quebrando recordes no streaming e lotando estádios.

Algo que parecia um sonho distante para aquele menino de 17 anos que, em 2011, saiu da paulista Américo Brasiliense (33 mil habitantes) para estudar publicidade na capital e fazer a carreira de artista vingar. Mas que só cinco anos depois começou a se materializar, ao postar seus primeiros covers no YouTube, ter sucesso com eles e se arriscar com um single autoral, “Dança Pra Mim”.

Mais dois anos, e já alcançava o primeiro lugar da lista Viral Brasil do Spotify, com “Imaturo”. Uns meses mais, e seu álbum de estreia, “Lobos”, era um dos 50 melhores de 2018 para a “Rolling Stone” brasileira.

Comecei numa época um pouco estranha de transição do mercado. Redes sociais, streamings e rádio tinham papéis muito diferentes. Meus primeiros passos foram muitos: eu fazia absolutamente tudo que eu conseguia pensar em fazer. No começo, sem um plano muito traçado, apenas tentando colocar meu nome por aí. Já fiz show de graça na Paulista, (apresentações em) karaokês, microfones abertos… Isso foi criando uma comunidade de pessoas que estão aí até hoje

Jão

O GRANDE TRUNFO

Este talvez seja seu maior segredo. Ele não só usa as táticas da geração Z à qual pertence, uma turma de múltiplos focos simultâneos, múltiplas linguagens, múltiplos gêneros: Jão verdadeiramente se conecta a ela. Seus fãs são uma comunidade coesa, engajada, que o acompanha incondicionalmente.

As letras do Jão foram responsáveis por criar uma rede de fãs e pessoas que se identificam com o que ele viveu e vive. Essa capacidade de nutrir a comunidade é um dos pilares do sucesso dele

Isabela Pétala, repórter da “Bilboard Brasil”

Para Renan Augusto, sócio, amigo e “irmão de vida” de Jão, o artista tem um talento único e uma segurança admirável sobre seu próprio caminho e seus objetivos.

Ele não se desvia dos seus propósitos artísticos por seduções passageiras ou por ânsias de conquistas momentâneas. Acho esta sua maior e mais destacável qualidade, principalmente em tempos tão fluidos e efêmeros no cenário musical brasileiro

Renan Augusto

Esse caráter tão centrado o levou, só dez anos depois de chegar a São Paulo, a saltar ao mainstream. Foi com o álbum “Pirata” (2021), grande ponto de virada. O evidente mérito artístico e o estouro de três singles — “Coringa”, “Não Te Amo”, e “Idiota” — lhe renderam duas indicações ao Grammy Latino 2022, o troféu MTV Millennial Awards Brasil 2022 de álbum do ano e uma indicação ao Prêmio Multishow de Música Brasileira 2022 (neste 2023, aliás, “Pilantra”, dele com Anitta, foi eleito o melhor clipe do ano).

2022 extrapolou meu trabalho, pra quem não queria (ver) ou ainda não via. As pessoas começaram a falar ‘ah tá, agora eu entendo’ o que meus fãs estavam fazendo ali desde 2018. Então, foi um ano chave pra mostrar tudo o que sabíamos fazer de melhor

Jão

Analisa o artista, que cita uma passagem particularmente especial naquele momento, sua estreia no Lollapalooza

Se for para escolher uma apresentação só, não tem como não citar o Lolla. Aquele dia virou uma chave na minha carreira. A sensação de subir naquele palco, ver aquele mar de gente sem fim cantando e pulando é algo que nunca quero esquecer.

Jão

A naturalidade com que tem lotado estádios e arrastado multidões aos palcos de megafestivais faz prever uma trajetória crescente como artista pop.

Estamos acostumados a ver artistas internacionais ocuparem estádios. De um tempo para cá, nomes como Jão e Ludmilla mostraram que também são artistas com essa demanda, no mesmo patamar de uma Ivete Sangalo e de bandas míticas como o Titãs

Bruno Costa, jornalista e produtor de cultura e lifestyle da “Vogue Brasil”

UNIÃO DE FORÇAS

Ludmilla, por sinal, é uma entre várias parcerias nas quais vem apostando o jovem paulista para expandir (ainda mais) seu público. O feat dele na faixa “A Boba Fui Eu”, lançada por ela, está no top 15 dos vídeos mais vistos no canal de Ludmilla no YouTube, com 56 milhões de visualizações. Jota Quest, Luísa Sonza, Nando Reis, Anitta, a também mencionada Ivete… São muitos os astros e estrelas com os quais ele dividiu composição ou microfones nos últimos anos. Mas ainda tem dois sonhos a cumprir: compor com Marisa Monte e Rodrigo Amarante.

São pessoas que me tiram da minha zona de conforto. Como minha música sempre nasce de um espaço muito íntimo, fico tenso em colaborar. Não é um processo tranquilo pra mim. Anavitória e eu conversamos muito sobre o assunto, Gustavo Mioto também. Pessoas de que gosto

Jão

Quando Jão fala sobre sua música nascer de um espaço íntimo, se refere justamente ao elemento que mais o conecta aos fãs. O cantor e compositor transforma suas experiências amorosas e sofrências em letras divertidas, leves, bem-humoradas. Outro elemento marcante de sua música é a autorreferência, pequenos easter eggs criados para instigar os fãs e gerar uma experiência única para quem ouve. É também através da arte que o artista fala de sua bissexualidade e se tornou uma referência para milhares de jovens e adolescentes da comunidade LGBTQIA+.

Jão fala de uma maneira que vem muito do coração, diferente de muitas músicas pop e cantores pop que a gente vê hoje em dia. É um ótimo contador de histórias. Ele apresenta uma construção que mescla coisas importantes e populares, principalmente com o sertanejo, a MPB, o pop, sabendo falar muito bem com os jovens. Conforme vai amadurecendo, o trabalho amadurece também, e sua importância para a cena musical só tende a crescer.

Isabela Pétala

O QUE VEM POR AÍ

Este ano, Jão lançou o álbum “Super”, pensado para encerrar a quadrilogia composta por “Lobos” (2018), “Anti-Herói” (2019) e “Pirata” (2021), uma jornada marcada por autoconhecimento, amor próprio, sexualidade e autenticidade. O lançamento quebrou recordes, com 120 mil ouvintes nos primeiros 30 minutos e mais de 8 milhões de streams nas primeiras 24 horas no Spotify, superando a marca anterior, da americana Taylor Swift, com “Midnights”.

Durante o festival The Town, em setembro, Jão deu um teaser da “Superturnê”, que começa em janeiro de 2024 e passará por 13 capitais brasileiras. A primeira apresentação será no Allianz Parque, em São Paulo, e os mais de 50 mil ingressos se esgotaram em apenas cinco horas.

Eu sempre entrego um disco com o próximo já começado. Afinal, o tempo que se leva pra fazer um álbum é uma vida toda que você vive. Agora que a quadrilogia está completa, me sinto mais relaxado pra me arriscar e experimentar novas coisas

Jão

Ao mesmo tempo em que se prepara para shows cada vez mais grandiosos nesta nova turnê — e passos cada vez mais grandiosos nos próximos anos de sua carreira —, ele transita com naturalidade entre este mundo sob os holofotes e a proteção da sua comunidade, da sua rede de fãs e, não menos importante, da sua rede de amigos. Este parece ser seu lastro para manter a serenidade em meio ao turbilhão do megassucesso.

Estamos trabalhando muito, agora chegamos ao momento em que as coisas não são só ideias, mas já estão se materializando. Estou dentro de um contexto do pop mainstream, existe pressão, mas não me deixo abalar. Nunca cedi muito à exposição, e acho que isso não vai mudar. Adoro cantar pra milhares de pessoas, ter uma agenda doida e todas as coisas gostosas que esse conforto e essa atenção me dão. E também adoro, depois, voltar pra casa e encontrar meus amigos e jogar ‘Super Mario’.

Jão

Fonte: Revista UBC

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Jão canta com Roberto Carlos em especial de Fim de Ano.

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